quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Duplicidade

Sortilégio ou maldição? 

Andar pelas ruas e lugares que um dia foi seu, mas ninguém ali o sabe, só você!!

Correr a mão na estante de livros à procura dos seus títulos que um dia escreveu, mas ninguém também o sabe;

Andar lépido pelos arrabaldes e ouvir o que as pessoas comentam a seu respeito, mas ninguém te reconhece;

Ser opróbio ou abençoado, mas ninguém pode julgá-lo mais, somente você;

Guardar um segredo porque não compreenderiam o porquê do silêncio da identidade;

Fazer pilhéria da história, pois que no fundo tudo é um recontar de si mesmo;

Reescrever a mesma trajetória, só que diferente;

Achar graça de ter conquistado o que tanto buscou, e, no entanto, descobrir no agora que não faz mais sentido;

Se esconder no anonimato porque a face às claras revela um rosto feio de ser ver;

Não se reconhecer no espelho porque ocultar o passado é melhor que presentificá-lo;

E... Ainda assim, dar graças por saberes quem és, porque o esconderijo da alma guarda segredos que um dia serão revelados, afinal, o "tempo" histórico e o "tempo" da aprendizagem não são necessariamente a mesma coisa.


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